Aquele Abraço
Podemos não falar durante o ano todo (exagerado) mas a verdade é que neste dia, não falho. Sendo assim, aqui estou eu mais uma vez para um pouco de conversa da treta.
- Ainda gozas com o pessoal ao decretares Feriado Nacional para o dia de hoje?
- E aquela mania de te vestires de azul escuro?...agora já não sei se és tu que tens essa mania ou era o teu Pai?
- E neste dia, continuas a guardar um jornal ou revista com a data de hoje? Quem vai oferecer? Já deves ter uma colecção enorme a precisar de um espaço apropriado.
Bom, pormenores, dirás tu, mas a verdade é que chega este dia e recordo-me de cenas que não passam pela cabeça noutros dias. Faz hoje anos que fizeste um bolo…e por razões que nem tu conheces (pois eras perito), já na fase de o tirar da forma (estaria muito quente…a forma?) deixaste-o cair.
Disfarçaste tudo aquilo sem dar “cavaco ás tropas” reconstruindo o bolo no prato e colocando uma cobertura (já não me recordo de quê). Entraste na sala com aquele ar de Chefe…”pessoal, este ano tenho uma surpresa para um de vocês. O bolo tem um presente…e a quem sair, ganha um jantar pago por mim”.
O bolo foi todo, mas o presente…não saiu a ninguém. Cá para mim…fizeste batota.
Antigamente eram os postais, hoje são as sms…não tenho saldo no telemóvel (o que já não te admira) e achei por bem, sentar-me um pouco em frente ao computador (onde está a tecla….) e mandar este mail. Desculpa lá se por aqui residir algum erro, mas a esta hora do dia elaborar uma mensagem não é coisa muito fácil. Adiante.
- Como tens andado? E essa saúde? Claro que a partir de uma certa idade (risos) o pessoal só quer que a máquina funcione bem e as análises estejam dentro dos limites…danos colaterais de um passado de algumas asneiras, exageros e algumas necessidades, mas, o que interessa, é mesmo que mais uma vez, estou aqui para mandar aquele abraço, que espero, se repita por muitos e bons.
Continuas um intolerante (tenho óptimas fontes informativas), casmurro (e eu que o diga) e outras coisas que a minha memória se recusa a relembrar (só entre nós, claro), mas, continuas a ser também o lado A da música que não me importo de ouvir , ouvir, ouvir e nunca me cansar.
Não mudas mesmo nada (Há coisas que não gosto mesmo de mudar. É como os sapatos velhos, dão sempre melhor andar) e, dificilmente te arrependerás do que já fizeste até aqui (arrependo-me do que não fiz e não do que fiz).
Por estas e por outras (dizemos muitas vezes) é que ainda hoje adio a minha hora de ir para a cama (…já vou, já vou) para mandar “Aquele” abraço, por mais este aniversário.